As atitudes de um pai!

Apesar do dia dos pais já ter passado, gostaria de comentar acerca da paternidade sobre o exemplo de um grande pai na Bíblia.

Lá em Lucas 15:11-32, Jesus conta a parábola do filho pródigo, que muitos já conhecem. Mas gostaria de comentar numa visão paterna o que Senhor fala conosco nessa passagem.

Um pai não interfere nas decisões de seus filhos

Quando o filho mais novo pediu sua parte na herança e partiu para o mundo deixando a família, com certeza seu pai deve ter ficado muito magoado. Normalmente uma herança é recebida apenas quando seu ascendente falece. E com aquela atitude simbolicamente o filho estava 'matando' seu pai. Não de forma física, mas em respeito, consideração e amor. Mas independente do que aquele pai estava sentindo, da mágoa de ser abandonado pelo filho, da ingratidão, do temor pelo sofrimento do filho, que inevitavelmente viria no mundo, ele não interferiu em sua decisão.

Como pais, podemos e devemos sempre ensinar, discernir o bem do mal, mostrar as causas e consequências, e orientar nossos filhos por quais caminhos andar. Mas nunca poderemos escolher por eles, pois ao final a decisão é única e pessoal.

Um pai não faz diferença, mas trata cada filho de acordo com suas necessidades/peculiaridades

Jesus conta que aquele homem tinha dois filhos. Mas apenas o mais novo se voltou contra ele, partindo de sua casa.

Cada um de nós tem suas características de personalidade e temperamento. E um pai deve ter sabedoria para entender e agir com cada um nas suas diferenças.

Aquele pai sabia a diferença dos seus filhos. O mais novo, pela idade ou personalidade era arrogante, inconsequente e egoísta. Pois requereu os bens do pai, ainda vivo, e não se importou em deixá-lo, tão pouco com sua saúde física e emocional. Enfim, este filho pensou apenas nele.

Mas o pai sabia que, por mais que amasse seu filho, este não entenderia os ensinamentos do pai por amor e palavras. Que precisava soltar as mãos do filho caçula para ir, conhecer o mundo e suas mazelas. Ou seja, ele só aprenderia com a dor. Entendia que este filho precisava experimentar do sofrimento, abandono, escassez, e todo o mal que o mundo proporciona, para aprender a ser humilde e valorizar o que tinha.

Da mesma forma, aquele pai conhecia o coração de seu filho mais velho. Que ao ver o retorno do irmão se revoltou pela forma que foi recebido. Assim, o pai saiu e insistiu com ele, e amorosamente explicou ao seu primogênito o porque de tamanha alegria. Com compreensão por sua revolta, reconheceu o valor dele, por ter ficado ao seu lado, e o recompensou afirmando que tudo o que tinha era dele também. Mas com amor mostrou que seu irmão tinha voltado, exatamente por ter compreendido o valor da sua casa, da família, e principalmente por ter se arrependido. O filho mais velho compreendia as palavras do pai.

Um pai é sábio e justo

Durante o tempo que o filho esteve no mundo, o pai não procurou por ele. Creio que, não por ausência de saudade ou vontade, mas porque ele era um homem sábio. Assim como entendia que não poderia segurar o filho, quando este resolveu partir, compreendia que o mesmo deveria voltar por decisão própria e não por influência ou pedido do pai, pois assim, o pai não estaria ajudando seu filho no aprendizado que precisava, nem mesmo estaria sendo justo.

Quando o filho mais novo 'caiu em si' e se arrependeu por ter trocado a casa do pai pelo mundo, decidiu voltar. Assim como a decisão de partir foi unicamente pessoal, a de voltar também deveria ser. Mas ele não voltou de qualquer jeito. A Bíblia conta que ao voltar ele expressou o mais profundo arrependimento dizendo: “Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho"(Vs. 21). E seu pai foi justo para com ele ao ver sua genuína conversão, aceitando-o novamente como filho.

Observamos que, o pai ao avistá-lo ainda de longe se encheu de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou, antes mesmo do filho falar algo. Mas somente após o filho ter mostrado fruto de arrependimento com humildade, o pai o aceitou e restabeleceu seu lugar de filho. Ele foi justo.

Um pai não rejeita nem acusa

E o que aquele pai fez quando seu filho voltou? Ele o rejeitou? Jogou na cara seu egoísmo e ingratidão? Ou ainda alfinetou o tão famoso 'eu não disse'?

O pai o recebeu com compaixão e carinho. E quando o filho pediu perdão, ele não só o perdoou, como restabeleceu o seu lugar na casa do pai. Ele não rejeitou nem acusou seu filho pelos erros.

Quando o pai disse: "Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés.Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e alegrar-nos."(Vs 22, 23), ele estava tendo quatro atitudes de grande significado. São elas:

1. O pai trocou as vestes do filho. Trocar as vestes significa o perdão. Quando alguém está sujo, ele deve retirar a sujeira e se vestir com algo limpo. Certo? Da mesma forma, aquele filho estava sendo limpo da sujeira do mundo, das coisas impuras e sujas que viveu fora da casa do pai, e estava recebendo vestes novas, limpas e cheirosas. Ou seja, seu passado estava sendo lavado e apagado para recomeçar algo novo, ele estava recebendo o perdão do pai.

2. O pai colocou o anel no dedo do filho. Naquela época as famílias eram reconhecidas pela sociedade por seus brasões. E os anéis com a simbologia do brasão familiar dava identidade aos membros de um clã. Ao colocar o anel no dedo de seu filho, o pai estava reconhecendo-o novamente como filho, não somente no meio familiar, mas para a sociedade também. Ele estava aceitando e reconhecendo-o formalmente entre os seus.

3. O pai calçou sandálias em seus pés. Uma pessoa de pés descalços significa alguém sem caminho, sem rumo. Ao calçar sandálias em seus pés, o pai estava direcionando o filho num novo caminho.

4. O pai se alegrou pelo filho. Ser pai e mãe, é ser o referencial de alguém. É se doar sem reservas, entregando tudo o que somos e temos a alguém por amor. E tudo que os envolve nos toca profundamente. A derrota de um filho também é nossa, assim como sua vitória. Pois se nosso descendente 'deu certo' é porque acertamos, assim como também temos uma parcela de culpa na sua caída. A Bíblia diz que os filhos são herança do Senhor, e assim como uma herança, nos a administramos para que outro (próximos herdeiros), venham usufruir dela futuramente. Assim Deus nos dá os filhos para que cuidemos deles nessa terra, até entregá-los novamente ao Senhor para a vida eterna. E disto Ele pedirá conta. Quando aquele pai festejou a volta do filho, ele estava não somente se alegrando, mas estava colhendo resultados do seu esforço pela dedicação e desprendimento. Fico imaginando esse pai, e me coloco em seu lugar. Quando o filho decidiu ir embora o pai não poderia fazer nada, era uma escolha do filho. O que ele poderia fazer, e creio que fez, foi orar ao Senhor pela vida de seu filho. Pela conversão de caminho, pela revisão das atitudes e comportamento. Uma transformação, a qual aquele pai sabia que tinha que vir dos céus e partir de dentro pra fora, do íntimo do seu filho. E compreendendo isto disse: "Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado"(Vs. 24). O pai se alegrou com a salvação do filho.

Já comentei aqui que ser pai é uma escolha. É escolher ser o referencial de alguém, independentemente da responsabilidade da geração, é decidir abrir mão de propósitos pessoais em prol daqueles que decidiu amar e cuidar. E isto não é uma tarefa fácil. Assim creio que só se consegue ter êxito nessa missão aquele que compreende que necessita da ajuda dos céus. Somente pela capacitação do Pai Eterno, é que um pai conseguirá ser sábio, justo e amoroso, como o exemplo desse pai que a Bíblia conta.

À você que escolheu ser pai, ore ao Senhor para que Ele te capacite a cada dia mais para ser instrumento do amor de Deus na vida de seus filhos, para ser um referencial de sabedoria, justiça e amor. Com certeza, vocês serão vitoriosos.

Fiquem com Deus sempre.

Ósculos santos!

"Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele." (Pv 22:6)

Comentários

  1. Sim, mais o amor que realmente se compara ao amor de Deus é o de uma mãe. Um amor tão lindo tão sublime, e maravilhoso, que transede o intendimento. E sei muito bem que sabes ser uma mãe no temor de Deus, parabéns linda Rosa de Deus.

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