Não (me) temas...

Culposa razão que impede a alma de acalentar-se nos sentimentos que outrora nasceu
A qual não faz-me companheira quando sinto falta do calor revigorante de um afago teu
Palavras e sensações aprisionadas ao afastar-se de ti
Deveras eu calar minh'alma e afogá-la no mar da razão que se impõe sobre a noite?
Ou ficar-me-ei aqui, a espera do que ainda não foi, mas que fora antes mesmo de partir?
Não!
Não calar-me-ei de ti
Não me temas por não entender o que se passa contigo

Tão pouco me culpes por achar-me frágil aos teus feitos e efeitos
Não queiras me proteger do que tens em você
Nem se recue do teu eu que se faz em mim
Mas figura-me nos teus sonhos ainda por viver
Pois quando não queres ferir-me por medo de ter-me
Me matas na alma ao não tentar acalentar-me ao teu peito
Se foges de mim para esquivar-se de ti
Maior laço encontrarás nos pensamentos do que não foi
Há se soubesses o quanto espero por ti
Jamais tentaria abafar em ti as vozes que soam ao coração
Se tentasses concretizar as palavras não ditas pelo silêncio temeroso
Nunca mais terias o frio a acompanhar-te a meia noite
Se vou ao encontro do teu eu, risco correrei em viver o inesperado do ter-te
Mas se fico aqui, os sonhos trancar-se-ão no porão do que poderia ter sido
Mais uma vez dúvidas e temores assolam-me à noite densa e fria
Será esta a razão da flora poética aguçar-me a cada vez que os céus abrem-se às nuvens carregadas de orvalho?
E quando chegar a manhã
O frio lá fora será aquecido pelo sol que se impõem
Já o degelo aqui dentro
Só ao possuir-te verei diluir na alma tais temores

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